quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Diário de Branca

Vida parada e cansativa.

Acabei de falar isso com um amigo, que disse estar passando pelo mesmo. Estou  vivendo uma série de sentimentos confusos, intensos e bonitos. Não digo que estou precisando de férias, pois apenas começou o ano e sei que o caldo vai ficar ainda mais grosso, tenho que deixar as férias pro momento ápice do cansaço.

Agora, preciso de uma boa massagem, colo, cafuné e uma longa noite de sono. Acordar sem ter o que fazer, tomar um café-da-manhã caprichado com bolo de milho, café preto e morangos. Passar o dia de pijama assistindo filme e comendo besteiras. Não receber nenhuma ligação, apenas torpedos dizendo que me ama e que sente saudades. Ouvir musica, cantar e dançar sozinha... e quando eu não suportar mais a solidão, ligar pra sair com alguma alma-amiga que esteja preparada pra tomar um porre daqueles!

Chegar de manhã em casa, sem conseguir subir a escada sozinha, então voltar e dormir na sala mesmo. Passar o dia curando ressaca: água, melancia e cama. E assim, continuar a minha rotina chata, que cá pra nós, está sendo um tanto desmotivadora. Na verdade, até sei por que estou tão precocemente cansada: minha vida ta uma bagunça só! Meu quarto está, como sempre, muito desorganizado; meus materiais de trabalho e estudo estão soltos por aí; faz tempo que não faço uma visita aos meus avós e familiares; e estou sentindo uma imensa saudade de pessoas que moram longe. Saudade que está me deixando melancólica e alcoólatra. Desculpa esfarrapada, não?

Queria também que as pessoas fossem mais flexíveis com seus conceitos. O mundo gira, as coisas mudam, e a mente humana sempre cultivando as coisas mais objetivas e retrogradas. Por que é mais correto falar de Deus e das religiões típicas, do que apresentar e conhecer culturas e crenças interessantíssimas que merecem estudo e espaço na sociedade? Por que ainda há preconceito e termos ridículos rotulando os homossexuais? Por que a cor da pele tem o poder de mudar o destino de alguém? Confesso que odeio conversar sobre esses temas, mas também não posso fugir dessa, infelizmente, realidade que vivemos. O mundo está se afundando em ignorância, consumismo/futilidade e miséria. A natureza pede socorro, e está mostrando discretamente, as amostras de vinganças que nos aguardam.

Por que cheguei nesse assunto? Não lembro... só sei que mesmo com essas coisas todas azucrinando minha mente, não posso negar que sou uma pessoa muito feliz e de sorte. Tenho bons motivos para comemorar e brindar. Não troco minha vidinha parada e cansativa por nada nesse mundo. Essa minha fase de aprendizagem e evolução mental, juntamente com o gostinho de maturidade, está me deixando mais animada e sexy! O caminho torto da minha independência está me fazendo delirar de sonhos e prazeres incontroláveis. Digo mais: viver É não ter vergonha de ser feliz, apesar de tudo. 


Paciência

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...
A vida é tão rara...

(Composição: Lenine e Dudu Falcão)


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