segunda-feira, 18 de abril de 2011

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Pensando bem, apesar dos pesares, eu estou bem. =)

Sabe minha amiga, faz tempo que não ligo pra você. Acho que não sei mesmo cuidar dos meus. No entanto, confesso que não estou sabendo lidar com a nossa distancia, ta doendo pra caralho. No inicio eu achei que seria fácil, mas os dias foram passando e a dor latejava ainda mais forte, foi aí que eu descobri um amigo* por aqui que me livra parcialmente desse sentimento desconfortável que é a saudade.

Não fazia idéia do quanto você é intima. Você me conhece de verdade, e pior, me aceita assim com esse mesmo jeito chato de ser. Hoje, por exemplo, daria duas calcinhas queridas só pra te ver lavando os pratos e rindo das misérias alheias. Quando abri meu Orkut e vi seu depoimento criticando ironicamente o jeito daquela nossa conhecida, além de ler, ou ouvi você falando, e imaginei o quanto aquele babado seria longo se estivéssemos juntas... aaah não tem fim o nosso veneno.

Tenho tantas coisas pra te contar, falsa, que até tenho preguiça, e esse meu lado “amiga, a conversa foi longa mas eu não me lembro de quase nada dito. Basicamente...” você conhece e enche meu saco por causa disso. Mas, pra não perder o costume, basicamente minha vida está uma caixinha de surpresas. Cada dia uma coisa nova. Mudança de planos em cima da hora, cancelamento de sonhos, novos sonhos... e por aí vai.

Nunca imaginei ficar bem assim depois de tudo. E esse tudo, garanto, não passou NADA, apenas está mudando conforme a musica. Estou planejando ir aí te ver. Compra batata frita e vinho pra me receber. Sabe, até filme eu quero assistir, isso não é normal.
E no mais, queria te lembrar que já se passou um mês, e você continua sendo a minha melhor amiga de todas. Você é mesmo muito pra mim, falsa. Obrigada por me aceitar assim do meu jeito “assim”. Te amo.

*Álcool 

vício...

Chata de galocha!

Nome: Maria das Graças
Objetivo: Mudar

Quando comecei a entrevista com Maria, vi que nos seus olhos existia uma forte luz de esperança. Era como se olhar pra ela fizesse automaticamente que entrássemos no seu sonho. Morena, média, cabelos castanhos e olhar sonhador. O que não era notório na fala dela, ou pelo menos no tom de voz, era a força de vontade. E durante a conversa ela confessou que sente dificuldade em se dedicar a algo, ainda que seja um sonho. Justificou isso com uma resposta um tanto quanto contraditória, disse que gosta das coisas pra ontem, não tem paciência de esperar um, dois ou três meses pra realizar algo, porque tem a mania de enjoar das coisas no meio do caminho, pois elas costumam ficar mornas, e as tais coisas mornas, ela odeia. (...)

Durante toda aquela conversa, me dei conta de duas coisas sobre Maria: deixou claro que tem pressa, apesar de ter dificuldade de dedicar-se a algo; e que ela é intensa demais, por isso não gosta quando as coisas se perdem dela, tornando a situação morna, sem gosto.  Realmente, nada pior que comida morna, água morna, gente morna. Assim como minha entrevistada, eu sinto uma imensa dificuldade de interagir com pessoas ‘mais ou menos’. Pra mim, ou você é gelado e eu gosto do seu jeito frio de ser, ou você é quente feito brasa, me deixando cada vez mais envolvida com o seu calor.

É pecado ser tão intensa? Não! Nem errado. É diferente. O mínimo que você tem que saber é manter a chama acesa. Se ela se apagou, meu amigo, é porque você se distraiu demais no meio da noite. Alguém um dia concluiu comigo que tudo passa. As fases passam. E os sentimentos ficam, ficam mesmo. Mas os dias fazem com que eles mudem. Até o som, as cores e a temperatura dos meus sentimentos sofrem alterações com o tempo, e isso depende intimamente da maneira que é conduzido enquanto vivo. Nunca matei nenhum sentimento. Nem os bons, nem os ruins. Todos estão aqui. A diferença é o estado físico deles em mim.

Quanto às coisas mornas, my friend, nem são tão ruins assim como eu disse. Elas até precisam existir para que eu possa me destacar. Eu, por exemplo, sou gelada, morna (até) e fervorosa. Posso ser isso tudo num dia só, mudará apenas o objeto de referencia. Nas minhas relações pessoais sou a fervorosa, vez ou outra viro gelo, mas não por estar desapontada, é que sumo para pensar. E as pessoas que estão comigo, digo os meus amigos, sabem que eu preciso invernar pra colocar as idéias no lugar. Questão psicológica.

Minto. As coisas mornas me dão nojo! Viva o EXTREMO da vida.




"Pode vir quente que eu estou fervendo..." (Erasmo)