segunda-feira, 18 de abril de 2011

Chata de galocha!

Nome: Maria das Graças
Objetivo: Mudar

Quando comecei a entrevista com Maria, vi que nos seus olhos existia uma forte luz de esperança. Era como se olhar pra ela fizesse automaticamente que entrássemos no seu sonho. Morena, média, cabelos castanhos e olhar sonhador. O que não era notório na fala dela, ou pelo menos no tom de voz, era a força de vontade. E durante a conversa ela confessou que sente dificuldade em se dedicar a algo, ainda que seja um sonho. Justificou isso com uma resposta um tanto quanto contraditória, disse que gosta das coisas pra ontem, não tem paciência de esperar um, dois ou três meses pra realizar algo, porque tem a mania de enjoar das coisas no meio do caminho, pois elas costumam ficar mornas, e as tais coisas mornas, ela odeia. (...)

Durante toda aquela conversa, me dei conta de duas coisas sobre Maria: deixou claro que tem pressa, apesar de ter dificuldade de dedicar-se a algo; e que ela é intensa demais, por isso não gosta quando as coisas se perdem dela, tornando a situação morna, sem gosto.  Realmente, nada pior que comida morna, água morna, gente morna. Assim como minha entrevistada, eu sinto uma imensa dificuldade de interagir com pessoas ‘mais ou menos’. Pra mim, ou você é gelado e eu gosto do seu jeito frio de ser, ou você é quente feito brasa, me deixando cada vez mais envolvida com o seu calor.

É pecado ser tão intensa? Não! Nem errado. É diferente. O mínimo que você tem que saber é manter a chama acesa. Se ela se apagou, meu amigo, é porque você se distraiu demais no meio da noite. Alguém um dia concluiu comigo que tudo passa. As fases passam. E os sentimentos ficam, ficam mesmo. Mas os dias fazem com que eles mudem. Até o som, as cores e a temperatura dos meus sentimentos sofrem alterações com o tempo, e isso depende intimamente da maneira que é conduzido enquanto vivo. Nunca matei nenhum sentimento. Nem os bons, nem os ruins. Todos estão aqui. A diferença é o estado físico deles em mim.

Quanto às coisas mornas, my friend, nem são tão ruins assim como eu disse. Elas até precisam existir para que eu possa me destacar. Eu, por exemplo, sou gelada, morna (até) e fervorosa. Posso ser isso tudo num dia só, mudará apenas o objeto de referencia. Nas minhas relações pessoais sou a fervorosa, vez ou outra viro gelo, mas não por estar desapontada, é que sumo para pensar. E as pessoas que estão comigo, digo os meus amigos, sabem que eu preciso invernar pra colocar as idéias no lugar. Questão psicológica.

Minto. As coisas mornas me dão nojo! Viva o EXTREMO da vida.




"Pode vir quente que eu estou fervendo..." (Erasmo)

2 comentários:

  1. Poxa amiga, ñ tem nada pior do que coisas mornas, adoro o extremo da vida !!! Perder tempo pra quê?? Vamos viver o absoluto dos dias... te amo !!!!!!!

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  2. Que bom que você voltou a postar; senti saudades.Abraço Capitulina.

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