quarta-feira, 2 de março de 2011

CARNAVÁLIA -

Vem pra minha ala que hoje a nossa escola vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória nesse lugar
Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar, vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar
Na Portela tem Mocidade, Imperatriz
No Império tem uma Vila tão feliz
Beija-Flor, vem ver, a porta-bandeira
Na Mangueira tem morenas da Tradição
Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou, o surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Lá lá lá..

Composição: Carlinhos Brown, Marisa Monte E Arnaldo Antunes

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cry cry cry

Semana das mulheres: nada melhor que falar sobre a nossa querida amiga, que nos visita religiosamente todo mês!


TPM: desculpa de uma mulher que é sensível todos os dias do mês, mas que resolve desabafar em três ou menos, o quanto sente por tudo que acontece em sua vida. Falta de carinho na hora certa, uma frase dita com olhar traiçoeiro, um ‘não’ desnecessário que ouvimos no decorrer do dia, uma calça que já não veste tão bem como ha dois anos atrás... Uma saudade imensa do que viveu um dia, quando criança, quando moça, ou no inicio do verão... A TPM vem para que não venha um câncer.

A minha, por exemplo, fico putamente chorona e fugitiva. Qualquer mudança de planos me derruba e me faz querer questionar o porquê de coisas bobas – como mudança de planos. Ligo pra quem eu amo, mando mensagem pra quem me disse uma frase ‘atravessada’, como menos que o normal, tomo um banho a mais no dia, bebo uma dose a mais e me tranco no quarto pra desaguar meu oceano, que se mostrou violento hoje.

Lembro, ainda, da TPM anterior: estava chorando de emoção e saudade – feliz. É incrível como acontecem varias coisas num só mês – ou até mesmo, em um único dia. Se pararmos para observar nossas TPM’s, encontraremos respostas para nosso comportamento diferenciado nos dias de tensão. O que me deixa sensível, por exemplo, nem todo mês se repete, mas eu sempre choro na TPM. Por exemplo: se uma muriçoca recusar me picar, eu vou questionar por que ela está tão seletiva comigo, se meu sangue está menos doce, ou seja lá o que for, por que não eu? Aah aah, por que não eu?? É engraçado assim como pimenta no olho do outro.

Que bom que essa minha sensibilidade no ápice só vem uma vez no mês, caso contrario, não teria amigos. E há também as mulheres que ficam nervosas, brigando com Deus, diabo e o mundo. Não fico assim porque passo o mês inteiro sendo indiferente com as pessoas/coisas que tentam me atingir de alguma forma negativa, ou que não me acrescenta em nada. Ignoro toda e qualquer coisa que não me enche os olhos. Estou acostumada com fartura, não me venha com migalhas de nada, porque se eu aceitar é apenas para alimentar os pássaros que na minha varanda costumam bebericar a água que fica perto das plantas. Resto de relação, migalha de amizade, sorriso de canto de boca, conversa sem olhar... Essas coisas eu deixo para as pessoas que não sonham com algo verdadeiro.

Podem me chamar de louca, pois estou na porta do carnaval falando coisas mornas. Mas como sempre falo o que sinto, não posso fingir que minha alma está sambando, se ela ainda está na valsa. E garanto que mesmo com esse tom noturno de falar de mim, e esse astral chorão, não deixo de reconhecer que sou uma pessoa imensamente feliz e amada, e que minha riqueza sentimental é o maior valor que a vida me deu.

Dizem que eu sou muito perspicaz. Mas mais que isso, sou muito sensível. Todos os dias e em todos os sentidos.