Souvenirs

Eu amo acordar no domingo e tomar meu café da manhã, lentamente, na varanda. Sentir aquele sol fresco, e o vento trazendo o cheiro do meu cabelo para a minha respiração. Molhar o pão torrado com queijo no café com leite. Ouvir uma musica leve, talvez a voz de Calcanhotto. Respirar, pensar, ouvir meus pensamentos, meus sentimentos, minhas metas. Analisar aquela frase que a mim foi dita com o olhar atravessado. Por quê? Gosto de no domingo sentir a brisa de uma nova oportunidade cotidiana.

E quando chove, fico feliz ao me sentir melancólica com aquela chuva que cai junto com as lágrimas que descem no meu rosto jambo. Aí eu me encontro. Ouço radiohead. Penso na semana de maneira diferente. Por que chover logo no primeiro dia? O que há de errado com o sol? A chuva é tão linda que é poética. Certa feita, interpretei aquela chuva que caía: o calor que estava fazendo nos dias anteriores, nos desconfigurou, fizemos coisas no impulso, sujamos as ruas e saímos demais, deixando de aproveitar o nosso doce lar. Então vem a chuva e lava as ruas, os tetos, as cabeças... Esfriam a maldade e dá um freio na certeza do homem que quer sair. Ela diz: você não vai, entre e abrace a sua mãe.

Abraços de mãe. Eu amo abraçar a minha mãe. Um ponto de paz, amor infinito, descanso, cuidado. É incrível como um só abraço consegue tirar de mim tanta coisa ruim, é como se depois daquele abraço, eu estivesse carregada de coisas boas para transmitir por aí. E as conversas, então? Me vejo tanto na minha mãe rindo, criticando, gostando e com raiva. O mesmo comportamento em corpos diferente. Há quem diga que até mesmo as expressões são as mesmas. A minha mãe é pura canção favorita. E nada nesse mundo me dói mais o coração do que quando uma lágrima no seu rosto eu vejo rolar. Eu sinto sede de vingança. Eu quero matar quem causou a sua dor, talvez eu mataria a morte.

Tudo o que eu faço, que sinto e que provoco, é pura melodia. Em tudo, e tudo mais, encontro musica. Eu amo cantar a minha vida.