segunda-feira, 13 de junho de 2011

Diário de Branca - Parte II


Quando se perde o glam do sentimento, que são as atitudes levadas pela paixão, ficamos mesmo desnorteados. É como acordar de um sonho, e querer dormir novamente para voltar a sonhar. Quando temos alegria de ter algo, geralmente não vemos que somos alegres por tê-los. Daí o perdemos, e sentimos a sua falta. O clichê de ‘dar valor quando se perde’. Penso que o bom é esperar passar a ressaca da paixão, e ver no que vai dar.

Sinceramente? Não me arrependo de nada que fiz. Acho que eu não poderia ter sido melhor, porque fui eu mesma em tempo integral, e fiz sempre o que o meu coração me pediu. Se não quis te beijar, não beijei. Se não quis te mostrar o meu mais belo sorriso, fiz aquele sem graça de canto de boca, e se não quis aceitar os teus convites, não forcei a minha natureza para agradar tuas vontades. Mas também, quando a vontade foi minha de te beijar, te entreguei sem dó os meus melhores beijos, beijos estes que estão com você até hoje, pois não consigo encontrá-los mais nos meus lábios de mel. Quando me fazias rir, era a gargalhada mais estrondosa que você ouvia. E quando você quis me seqüestrar, mesmo achando que eu poderia me dar muito mal, eu aceitei a tua loucura, e nunca vou me esquecer das sensações.

Então não há porque se arrepender. Se eu voltasse atrás, faria tudo exatamente igual – natural. Mas se você me chamasse pra sair amanhã... Sabe o que eu faria? Eu te mostrava o que é um pôr do sol ao meu lado; eu te levaria ao morro mais alto, para fazermos um pedido juntos; eu te prepararia um lindo jantar a luz de velas e te provaria que sou um desastre na cozinha; eu tiraria a tua roupa, e ia te levar ao país do prazer, esse, tenho certeza que você não conhece, você não desejaria sair dele nunca mais; eu sussurraria as mais loucas e lindas palavras de amor; no dia seguinte, não deixaria você sair da cama sem antes voltar àquele país, e depois de tudo, te prepararia um super café da manhã... Depois que você tivesse a certeza que eu sou a mulher perfeita, que quer casar comigo e ter filhos e netos, eu beijaria tua testa e voltaria para o morro mais alto, e me atiraria de lá. 

Assim fica muito fácil cometer loucuras, não? Depois de toda delicia da sensação de “estou aprontando”, você se mata e se livra de toda conseqüência chata que poderia vir.  Se bem que poderiam vir coisas boas também. Podemos morrer na duvida? É, acho que morrer não é uma solução, é uma covardia, e covardia é mesmo a minha cara. Nem sei por que me chamo Branca, deveria me chamar Srª Covarde. Branca não tem nada a ver comigo e com minha personalidade. Sou preta, cabelo sarará, magra feita um cipó, e ao invés de ter paz, como a cor branca, sou a incerteza, o noturno, o covarde. Sinto-me FLICTS.

Então, Romeu, se um dia eu perder minha lucidez e bater na sua porta feito uma louca corajosa, não deixe de me acompanhar, ou melhor, faça o que o seu coração mandar. Seja o meu avesso, como você sempre foi, no tempo bom. Hoje não, hoje você é um chato, grosso, egoísta e cheio de si. Espero que você esteja feliz assim. Porque alguém há de ser feliz, e eu gosto tanto de você, que desejo a imensa felicidade que não tenho toda pra você. Fique com ela, case com ela e tenha filhos e netos
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